Ponto alto na carreira da banda e um dos melhores do gênero até aqui
Por Luiz Athayde
Se você é daqueles que pensam que o metal sinfônico já produziu o que tinha que produzir, especialmente por nomes como Nightwish e o finado After Forever já terem lançado mão desse artifício, recomendo ouvir o novo álbum do Leaves’ Eyes.
A outrora banda formada em 2002 por Liv Kristine (ex-Theatre of Tragedy) e os integrantes do Atrocity chega em 2020 no clímax de seu épico viking, tendo, desde 2016 a poderosa voz da finlandesa Elina Siirala, parte fundamental do candidato a marcante álbum The Last Viking.
Ao logo das 14 faixas a sensação é que está passando um filme. E a ideia (também) é essa: bater de frente com os pastiches – de sucesso, diga-se – produzidos pelas TVs e os blockbusters hollywoodianos. Como o vocalista e mente criativa Alexander Krull disse recentemente: “Não mexemos na mitologia!”
O novo épico se baseia na batalha decisiva de Stamford Bridge, na Inglaterra, em 1066. O rei da Noruega Harald III está morrendo e toda a sua vida passa diante de seus olhos. E é com sua morte que a era viking chega ao fim.
Nesse ínterim, muitas orquestrações, momentos tensos regados a vocais líricos e guturais, e passagens que vão do folk – ouça a belíssima “Two Kings One Realm” – ao heavy metal tradicional, e ainda lançando mão do peso do thrash; tudo encaixado de forma condizente com a história contada.
É também pela coesão do álbum que o mesmo se torna difícil em apontar pontos altos, mas a banda sabiamente soltou algumas faixas, com direito a caprichadas produções videoclípticas, como “Dark Love Empress”, com seu refrão grudento, a potente “Chain of the Golden Horn”, e a mais recente “War of Kings”, essa última perfeita para apresentações ao vivo – que a pandemia passe logo para podermos ver a banda em ação.
Outra possível candidata a hit é “Black Butterfly”, que traz participação da vocalisa Clémentine Delauney (Visions of Atlantis). Embora seu andamento seja pesado, ela se encaixa perfeitamente em uma programação radiofônica.
Como saga, The Last Viking encerra a trilogia iniciada em King of Kings, de 2015 e continuada em Sign of the Dragonhead, lançado em 2018. Já musicalmente é um verdadeiro upgrade em um gênero que possui seguidores ainda mais fiéis nos dias de hoje.
Tranquilamente um dos melhores do estilo e um dos grandes momentos da carreira do Leaves’ Eyes. E precisa mesmo de nota? 9/10.
Ainda:
+ The Last Viking foi editado pelo carimbo AFM Records, e se encontra disponível em todos os formatos e gostos. Acesse este link.
Ouça The Last Viking no Spotify: