Último registro da banda, ‘Second Coming’, saiu há 30 anos
Por Luiz Athayde
Recentemente, o guitarrista inglês John Squire entrou em evidência novamente por conta de seu excelente disco com Liam Gallagher.
No entanto, uma pergunta nunca deixou de sair da cabeça dos fãs de sua antiga banda, The Stone Roses: por que a reunião de 2011 não resultou em nenhum álbum?
Foi esse o questionamento feito pelo The Guitarist (via Music News). E com direito a uma resposta tão curta quanto a volta meteórica: “Bem, ninguém queria fazer isso, então acabou não sendo tão frustrante assim.”
Formado no distante ano de 1983, o Stone Roses explodiu no cenário britânico em 1989 graças ao seu autointitulado álbum de estreia. É nele que consta clássicos como “I Wanna Be Adored”, “Waterfall”, “Made of Stone” e “I Am The Resurrection”.
Contudo, seu derradeiro lançamento foi envolto (musicalmente dizendo) a uma atmosfera de jam, com foco natural na guitarra. Ainda sobre o álbum que nunca rolou, Squire faz um paralelo com seu registro ao lado de Gallagher.
Ele diz que seu modo de tocar seria “provavelmente mais comedido e respeitoso.” E segue:
“Eu gostaria de não ter exagerado na guitarra no segundo álbum. Com esse disco [com Liam Gallagher], tentei não atrapalhar o vocal. Essa performance de guitarra é melhor do que a dos outros discos – e deveria ser, considerando o número de anos que venho tocando.”
Mesmo tendo uma assinatura de guitarra inconfundível, Squire nunca se mostrou satisfeito. Na verdade, muito pelo contrário: ao responder em qual área poderia melhorar como instrumentista, ele mandou:
“Todas elas. Sou movido pelo fracasso. Quando ouço meu material, tendo a me concentrar nas imperfeições.”
Ainda assim, ele se reconhece como uma figura influente na esfera alternativa, como conta a seguir.
“Eu estava em Los Angeles e um cara veio correndo e disse: ‘Não acredito que você está aqui! Eu modelei todo o meu estilo de guitarra com base em você! Comprei uma Gretsch Country Gentleman e faço aquela coisa descolada.’”
John explica: “Aquela coisa agitada [usando a parte final de ‘Resurrection’ como exemplo], eu ainda faço isso. Ainda uso esse e muitos outros truques.”
Para não dizer que a reunião não rendeu ao menos um suco, a formação original, composta Ian Brown, Mani, Reni e Squire espremeu dois limões pequenos: “All for One” e “Beautiful Thing”.
Ambos os singles saíram em 2016 (maio e junho respectivamente) e se mostram excelentes na proposta de expor a marca registra da banda. Porém, a repercussão foi modesta.
De qualquer forma, fica o gosto de como seria se tivessem gravado o terceiro álbum de estúdio.