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Jazzistas do Hotel Fury lançam álbum calcado no experimentalismo; ‘Cosmic Journey’

Grupo francês sucede ‘Sessions Vol II’, de 2020

Por Luiz Athayde

Experimentalismo na esfera jazzística não é algo exatamente novo, mas ainda assim, alguns registros surgem para te ‘pegar’. O mais recente caso é o de Cosmic Journey, novo álbum da formação parisiense Hotel Fury.

Formado como um trio, na classe de 2017, o line-up se configura com: Nicolas Krassilchil (bateria, efeitos), Michel-Ange Merino (baixo, sintetizadores, piano) e Viane Mondesier (trompete, efeitos).

A discografia começa basicamente com uma saraivada de improvisações, que culminaram no disco duplo Session Vol 1 (2018) e, posteriormente, Sessions Vol 2 (2020) Embora nesse ínterim, especificamente em 2019, tenho lançado Our Angels, Our Demons.

Uma das características curiosas e igualmente marcantes no álbum é o volume. Faixas como “Percipere”, “Talisman” e “Octo”, que nos foi enviada pela banda, endossam não somente as nuances, mas os efeitos e ruídos ora bucólicos, ora urbanos que permeiam o trabalho.

“Esse álbum começou com a ideia de improvisar ao vivo com nossos instrumentos e gravar uma sessão com todos os microfones em um nível de gravação mais alto do que o normal, em busca de novos territórios sônicos”, explica o trio.

E dão mais detalhes: “Durante nossas sessões de gravação, os sons retransmitidos pelos microfones se tornaram tão presentes que tivemos de adaptar nossa forma de tocar para nos equilibrarmos.”

Segundo eles, foi “esse princípio abriu novas oportunidades e alimentou nossa criatividade”, e como consequência, acabou virando a máxima na hora de gravar as composições, quase sempre geradas de modo instantâneo.


No entanto, não é por se tratar de um trabalho experimental que o mesmo soa forçado ou inaudível. Pelo contrário. Há momentos de viagem garantida, como na tribal “Les Tambourg du Bong”, ou em “Altosstratus”, cartão de visita do disco.

De qualquer maneira, Cosmic Journey é a fotografia de um grupo que mantém a fama da França como um país ‘avant garde’, no que diz respeito a sons, mas traçando seu próprio caminho naquele novo cenário de fantásticas formações jazzísticas. Ambient, experimental, desafiador; recomendado.

Ouça na íntegra a seguir pelo Bandcamp.

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