Banda estoniana resgata o espírito sônico dos anos 90 através do grunge, shoegaze e post-rock
Por Luiz Athayde
Hoje, os ventos shoegazers vêm de Talín, capital da Estônia. Me refiro à jovem banda Buzhold, embora sua sonoridade remeta ao velho e bom rock alternativo.
Eles acabaram de editar What It Meant? pelo carimbo Noon Records. O registro apresenta nove faixas; gravadas pela banda, e mixada e masterizada por Indrek Patte; e mix adicional em “Decode” por Jaanus Tüli.
Aliás, essa figura um dos momentos melódicos do álbum, com toda a sujeira que a mescla de grunge e shoegaze pede. Entretanto, é “Shoe Case” que faz o papel de carro-chefe.
E não é ao acaso. É o tipo de canção que te pega pela curiosidade: intro estilo balada, mas com aquele dar de que a música irá crescer… e, de fato, cresce. Conexões mil com Ride e The Verve, quando este se atrevia a soar sujo, porém, sob forte influencia de Nirvana – praticamente o escopo em todo o disco.
Outra faixa de destaque é “Woven”, tendo em vista sua receita de calmaria + explosão. Mas tudo sob o prisma de uma boa melodia instrumental e vocal. Aliás, advinha? Lançado há quase um ano, foi o primeiro single do álbum.
Em suma, trata-se de mais um grupo preocupado em expor suas referências do que inventar a roda. E é exatamente por esse motivo que What It Meant? soa tão legal e honesto. Ouça íntegra pelo Bandcamp.