Banda ícone do movimento ‘Riot Grrrl’ se apresenta em março de 2020, em Washington
Por Luiz Athayde
Em junho desse ano o icônico ato riot grrrl Bikini Kill surpreendeu com o anuncio de retorno aos palcos após 23 anos de hiato. A banda liderada pela vocalista/baixista Kathleen Hanna fez sua reestreia no Reino Unido e teve noites esgotadas em cidades como Los Angeles e Nova York; esta última com direito a participação da lendária Joan Jett.
Ainda em clima de reunião, mas com um mote mais sério, Hanna, Kathin Wilcox, Tobi Vail anunciaram novo show para 2020 no quintal de casa. No dia 13 de março o trio sobe no palco do Capitol Theater, em Washington para arrecadar fundos para a Interfaith Works, uma ONG religiosa localizada na cidade natal das meninas.
Além do recém-quebrado hiato dos palcos, o Bikini Kill não esboçou, até o momento, nenhum sinal de preparação de um novo registro. O último álbum lançado, Reject All American, data de 1996, e colocava um suposto ponto final em um histórico de radicalismo que rendeu críticas e ataques vindos de homens revoltados e até mesmo das próprias feministas.
Um dos estopins da separação do grupo ocorreu em uma apresentação somente para mulheres em um pub, quando parte do público interrompeu para fazer uma pergunta: “como você [Hanna] poderia ser feminista já que era stripper?”, foi então que, muito chateada com a situação, Vail tomou a frente e respondeu: “Não é uma falha não ser uma feminista perfeita” (…) “Pare de julgar o feminismo de outras pessoas!”, lembrou Hanna ao The Guardian no primeiro semestre desse ano.