Sacred Bones Records prepara lançamento para início de março
Por Luiz Athayde
Pegando carona no anúncio do lançamento de Early Singles (1981 – 1982), do Xmal Deutschland, a vocalista Anja Huwe aproveitou para revelar sua retomada na carreira sônica. Na verdade, melhor: com a estreia discográfica, intitulada Codes; incluindo a primeira música inédita em 34 anos, “Rabenschwarz”.
No entanto, o que parece ser do nada para o público, para a artista visual foi uma ideia desenvolvida aos poucos. “Desde a separação, no início dos anos 90, tenho sido assombrada pela ‘Lenda do Xmal Deutschland’ e por pedidos intermináveis de todo o mundo, que sempre recusei”, diz ela em comunicado.
A virada aconteceu quando Huwe recebeu o convite de sua amiga das antigas e artista visceral Mona Mur. E o fechamento foi completo: durante um ano, elas compuseram e produziram as músicas do zero; tudo no estúdio de Mur em Berlim. Já o trabalho de mixagem e masterização foi assinado por Jon Caffery (Joy Division, Gary Numan, Einstürzende Neubauten).
Não bastasse isso, o registro contou com a contribuição da guitarrista e companheira dos tempos do Xmal, Manuela Rickers; peça fundamental para a sonoridade de Codes.
Huwe comentou: “Mona e eu temos um histórico artístico semelhante desde os anos 1980. Nós saímos juntas e temos uma atitude semelhante em relação à vida e à arte. Não precisamos nos explicar uma para a outra.”
Ela continua: “Descobri as novas possibilidades de criação de música digital e analógica. Foi um trabalho muito intenso, sem egocentrismo e totalmente sob o signo da realização do que queríamos alcançar. O projeto estava em primeiro plano e se caracterizou por encontros intensos com palavras e sons. Para mim, foi uma experiência completamente nova – ou, como pintar quadros.”
Mur, por sua vez, não poderia ser mais direta ao definir a amiga: “A voz de Anja é como uma lança, sua aparência é uma tocha na escuridão.”
Conceitualmente, Codes se inspira nos registros do diário de Moshe Shnitzki, que, aos 17 anos de idade, deixou sua casa para viver nas cavernosas florestas da Rússia Branca como guerrilheiro, em 1942. Em outras palavras, trata-se de um álbum calcado na experiência humana. Neste caso, por vias extremas.
“O resultado é um cosmos poético e musical que abrange os seguintes temas: floresta, medo, dor, perda, violência e solidão, mas também beleza, saudade, esperança e vontade de sobreviver”, desenha Huwe.
Essa mesma vontade é bem perceptível no cartão de visitas, “Rabenschwarz”, dada sua carga de energia. Confira a seguir:
Os “códigos” de Anja Huwe virão no dia 8 de março em CD e também nas edições em vinil: preto; preto e cinza galáxia; e vermelho sangue. Acesse este link.
Lista de faixas:
1. Skuggornas
2. Rabenschwarz
3. Pariah
4. Exit
5. O Wald
6. Zwischenwelt
7. Sleep With One Eye Open
8. Living In The Forest
9. Hideaway