Músico sueco perdeu a batalha contra o câncer
Por Luiz Athayde
O músico sueco Andreas Catjar-Danielsson, membro da banda de future pop/industrial Covenant, faleceu na última segunda-feira (29), aos 51 anos.
A triste notícia foi compartilhada pelo grupo nas redes sociais em um longo comunicado, onde revela dor, mas também choque pela sua partida.
“Esta é uma das coisas mais difíceis que já tive de escrever. A morte como conceito é uma coisa, mas a perda de um ente querido é outra completamente diferente. Sabíamos que ele estava perdendo sua luta épica contra o câncer, mas nenhum de nós estava preparado para o choque que estamos vivendo agora.”
Mais que companheiro de banda, Andreas foi um amigo de longa data dos músicos, Eskil Simonsson, Joakim Montelius, Daniel Myer e Daniel Jonasson.
“Ao longo da vida, todos nós encontramos muitas pessoas. A maioria delas causa pouca ou nenhuma impressão. Algumas sim. E algumas poucas nos atingem de tal forma que nos fazem mudar nossa trajetória. Menos ainda possuem a seriedade necessária para nos fazer girar em torno delas. Andreas era uma dessas almas extraordinárias.
Ainda tenho uma lembrança vívida de outro tempo e época. Em nossa cidade natal, Helsingborg, no final dos anos 80, havia um pequeno local com um palco aberto. Tocamos lá algumas vezes antes de sermos do Covenant. Andreas era alguns anos mais novo, apenas um garoto na verdade, mas quando o vimos tocar com o The Raftsmen foi a coisa mais legal de todas. Esse garoto magricela de 16 anos fazia com que todos os outros parecessem comuns e chatos. Ele tocava seu violão com baquetas. Ele fazia o barulho mais celestial já ouvido na cidade. E o mais incrível era o fato de ele não fazer alarde disso. Era algo natural para ele. Sem esforço. Como se fosse do jeito que deveria ser.
Esse é o tipo de artista que ele era. Andreas não pensava como qualquer outra pessoa. Ele era único, um pintor de mundos sônicos, verdadeiramente único. Mas, apesar de todo esse talento e genialidade, ele sempre manteve os pés firmes no chão, nunca se perdeu em seu ego. Ele ouvia tudo e todos e reagia a isso. Como nenhum outro músico que conheci, ele tinha a capacidade de se sintonizar com a essência do que estava acontecendo, captá-la e levá-la mais longe do que qualquer outra pessoa poderia ter feito. Ele não apenas entendia o que estava acontecendo, ele o habitava. Ele costumava dizer “cuide e controle”, e era exatamente isso que ele era: gentil, atencioso e com o máximo de controle.
Por mais de uma década, tivemos orgulho de contar com ele como membro do Covenant. Suas contribuições no palco e nos discos são impossíveis de serem superestimadas. Mas o mais importante é que ele era nosso amigo.
Andreas. Onde quer que você esteja, o que quer que tenha se tornado, você nunca será esquecido. Sentiremos muito a sua falta.
Para sempre seu.
/Joakim com Eskil, Daniel e Daniel”
Andreas Catjar se juntou ao Covenant por volta de 2012, e registrou os álbuns, Leaving Babylon (2013) e The Blinding Dark (2016). Artista nato, ele exerceu atividades em várias frentes, como a fotografia e o teatro; seja como produtor musical ou compondo trilhas.
Seu currículo ainda inclui trabalhos assinados com os duos Wir Bleiben – Herzbrennen e Catjar/Henn; com o ato darkwave Abu Nein, e até mesmo junto à banda de black metal Korpelarörelsen. Além da carreira solo, voltada para sons experimentais.