Artista britânica vem extraindo novas possibilidades de seu álbum debut, ‘Pearlies’, lançado em 2023

Por Luiz Athayde

Emma Anderson voltou com uma mix de “Taste The Air”, faixa originalmente presente em seu álbum de estreia editado no último ano, Pearlies.

Desta vez, no entanto, é a artista norte-americana Julia Holter quem assina a nova versão, envolta a uma aura mais experimental. Ela configura a terceira de uma série de rearranjos do debut, que tem produção original de Maps.

“Adoro a voz de Emma e a atmosfera sonhadora de ‘Taste the Air’. Foi muito divertido fazer o contraponto das camadas vocais hipnotizantes com elementos rítmicos. Tive a honra de voar pelas nuvens”, comentou Holter em nota.

Aberta a novas possibilidades envolvendo sua arte, a ex-integrante do seminal ato shoegazer Lush e do duo Sing-Sing publicou:

“Fiquei muito feliz quando Julia disse que faria uma mixagem, pois sou fã dela desde seu álbum de 2015, ‘Have You In My Wilderness’. Tive a sorte de vê-la ao vivo no ano seguinte no La Route Du Rock em Saint-Malo, na França, quando o Lush tocou. Essa mixagem é uma desconstrução mais ou menos completa. Ela apenas sugere a faixa original; as partes são substituídas por um piano brincalhão e por toques de cordas e teclas. O mais notável é que há muito espaço! Todos que ouviram essa mixagem ficaram completamente cativados por ela. Esperamos que vocês também fiquem”.

Ouça a seguir.

Os outros remixes compartilhados por Emma Anderson são “Inter Light” (a cargo do MEMORIALS) e “For A Moment” (pela banda Deary).

Nada mal para quem não se via como artista solo. Ao menos não em primeiro plano. Após a nova ruptura do Lush em 2016, Anderson foi praticamente convencida, por amigos próximos, a seguir sozinha.

E sim, tempos nomes: a violoncelista e arranjadora Audrey Riley, e Robin Guthrie, uma das mentes do Cocteau Twins. Inclusive, ele seria o produtor do seu primeiro disco, porém, após a pandemia, o selo Sonic Cathedral sugeriu Maps (alcunha de James Chapman).

“Ele acabou sendo exatamente a pessoa certa”, disse Emma na época. “Ele tem uma grande variedade de gostos e também um conhecimento enciclopédico de música, o que significa que ele foi capaz de trazer muita coisa para o álbum.”

Pearlies é composto por músicas que Anderson usaria no Lush e composições completamente novas. O resultado foi uma fotografia ampla de seu universo, que inclui sua conhecida abordagem dreampop/ethereal wave, mas também soul, funk e psicodelia. Não à toa, o registro figurou entre os melhores álbuns de 2023 do Class of Sounds.

Recentemente, Emma Anderson e o ex-baixista do Lush e diretor Phil King estiveram em Paris para promover o mini-documentário Lush: A Far from Home Movie. Trata-se de um pequeno panorama de abordagem etérea sobre os bastidores do grupo na estrada. Além de ser uma uma homenagem a Chris Acland, baterista original morto em 1996. Assista ao trailer aqui.