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Os 10 Melhores “Você Precisa Ouvir” de 2019

Mais uma lista de nossa querida sessão de indicações

Por Luiz Athayde

A fim de agraciar os adictos em novas descobertas, fizemos uma nova seleta, desta extraída da querida sessão “Você Precisa Ouvir”, exclusivamente voltada para escavações sônicas dos mais variados gêneros e subgêneros musicais, países e datas.

Abaixo, um pouco do que foi indicado neste curto período que o Class of Sounds está ativo. Confira!

10 – Anna Homler & Steve Moshier – Breadwoman (1985)

“Ela não vem com uma mensagem, ela é a mensagem. Ela não é didática, ela é poética.”, disse a compositora e artista visual ianque Anna Homler, se referindo ao seu alter ego Breadwoman, ou, no bom português, Mulher Pão.

Inspirada em deusas mitológicas e nas moradoras de rua de Los Angeles, Homler foi além da estética e, ao lado de Steve Moshier gerou uma fitinha com 5 faixas experimentais voltadas para o ambiente music, cantado em um idioma criado por ela mesma.

Ainda nos dias de hoje músicas causam uma reconfortante sensação de incômodo, especialmente ao levarmos em consideração o período e a localização geográfica de seu contexto, e é por isso que você precisa ouvir Breadwoman.

Mais Anna Homler: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-anna-homler-steve-moshier-breadwoman-1985/

Spotify: https://open.spotify.com/album/2BqoJ3s2efCotl2X8m4cQ3

9 – The Lafayette Afro Rock Band – Malik (1975)

Balanço, e dos bons! Pluralidade sônica nascida em Nova Iorque e radicada na França, onde absorveu a africanidade oriunda do circuito musical parisiense – cortesia das colônias e do pós-guerra. Tiveram vários nomes até se chamarem The Lafayette Afro Rock Band, e foi com esta alcunha que soltaram seus maiores clássicos.

Uma linda mistura nível ‘blaxploitation’ de funk, rock, jazz de orquestra e o selo de garantia de chaqualhamento de esqueletos cobertos por todos os tipos de pele; motivo do qual você precisa ouvir Malik.

Mais Lafayette Afro Rock Band: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-the-lafayette-afro-rock-band-malik-1975/

Spotify: https://open.spotify.com/album/063TuHd0lBX0E85X6A0tEo

8 – Soda Stereo – Doble Vida (1988)

Gustavo Cerati vive. E como. O que parecia brincadeira de moleques após assistirem a icônica apresentação do The Police na Argentina em 1980, tomou ares nunca vistos na história sônica de seu país natal.

Juntamente com Zeta Bosio (baixo) e Charly Alberti o saudoso guitarrista e vocalista tomou de assalto todo o território que compreende a América Latina com seu new wave/pós-punk/pop influenciado por medalhões do gênero e o toque nacional característico das falanges argentinas.

Você precisa ouvir Doble Vida por ser o apogeu da era oitentista dos Hermanos e para se dar uma chance de quebrar este insistente muro (sonoro) que separa o Brasil de seus vizinhos; todos de língua espanhola.

Mais Soda Stereo: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-soda-stereo-doble-vida-1988/

Spotify: https://open.spotify.com/album/6jaYQ0a3R7BiVsi5GKgJ8J

7 – Borghesia – No Hope, No Fear [EP] (1987)

Classe de 87. Ano mágico, lançamentos clássico de todas as esferas musicais possíveis e de diversas partes do globo. Da Eslovênia ainda iugoslava veio o Borghesia, que contribuiu com um pequeno petardo EBM em 6 faixas nos melhores moldes old school.

É verdade que D.A.F., Cabaret Voltaire e Skinny Puppy já circulavam por aí, mas nem por isso o quarto registro do coletivo anarco-sadomasoquista capitaneado por Dario Seraval e Aldo Ivančić soam como uma mera cópia.

Na verdade, se o dadaísmo estivesse sido criado sob influência da música eletrônica, não há dúvidas que estes eslovenos estariam na linha de frente, e é por isso que você precisa ouvir No Hope No Fear.

Mais Borghesia: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-borghesia-no-hope-no-fear-ep-1987/

Spotify: https://open.spotify.com/album/0XMncfkdJHplqgatopwut7

6 – Máquina – Máquina (2012)

Essa dá até uma dor no coração por conta de sua aparição meteórica. Tão cedo veio, o trio carioca Máquina, tão rápido se foi.

Potência nata do synthpop, autointitulado álbum de 2012 vaga pelas ruas chuvosas e escuras de um Rio de Janeiro em raros dias de inverno sob o prisma de nomes como New Order e Depeche Mode, com letras extremamente bem escritas em português, gerando uma combinação difícil de ignorar.

Mesmo com todo o aparato dançante, dramático e, sobretudo cheio de clima, a engrenagem carioca só durou o tempo de deixar 8 fantásticas composições pelo espaço. Até o presente momento não surgiu nada que superasse Máquina, ao menos no que diz respeito a esta esfera – dark e em idioma nativo. Você precisa ouvir.

Mais Máquina: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-maquina-maquina-2012/

Spotify: https://open.spotify.com/album/1fsIurvV3JjWjemHS0pTfL?Cari=

5 – Kitchens Of  Distinction – Strange Free World (1990)

Lado “C” do shoegaze londrino da classe de 86 formado por um suíço, um galês e um espanhol. O baixista, vocalista, médico e homem de poucas palavras Patrick Fitzgerald pertence à primeira nacionalidade; o que explica seu perfil e, naturalmente, a atmosfera de suas composições.

Strange Free World soa como se o REM passasse as curtas férias de julho em alguma das praias de Ponta da Fruta (Vila Velha, ES) e desse de cara com um céu pra lá de cinza, baixas temperaturas e chuvas diagonais causadas por insistentes ventos, típicos deste lado da costa brasileira.

Você precisa ouvir este clássico perdido por ser uma refrescante ilusão, caso more em lugares onde o suor seja o primeiro fluido ao sair do corpo. Duvido que músicas como “Hypnogogic” e “Drive That Fast” não esfriem seu ambiente em poucas notas.

Mais Kitchens Of  Distinction: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-kitchens-of-distinction-strange-free-world-1990/

Spotify: https://open.spotify.com/album/1VDACTwyaCJNfXeEWMC8Ug

4 – PPRY – Raising the Skeletons of Fire by Hand (2008)

Da pequenina Riihimäki vem os finlandeses do PPRY. Prog rock espacial, nuances psicodélicas sem a pretensão típica de algumas bandas novas, e uma temática peculiar: a eclosão da Primeira Guerra Mundial.

Raising the Skeletons of Fire by Hand figura o álbum número 3 de uma discografia assinada anteriormente por Project. No comando, o tecladista Tuukka Uskali, em 6 faixas que vagam naturalmente pelos anos 1970, mas com uma característica própria – uma certa raridade se tratando de algo novo.

Aliás, se fossem originados naquela década, certamente hoje estariam regozijando de status de banda clássica ou, no mínimo cult, já que o nível de inspiração – e, porque não, compromisso somente com a arte – aqui beira a perfeição. É óbvio que você precisa ouvir.

Mais PPRY: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-ppry-raising-the-skeletons-of-fire-by-hand-2008/

Spotify: https://open.spotify.com/album/16ltSYdYez0UBFTC4qjyYM

3 – Brian Bennett ‎– Voyage (A Journey Into Discoid Funk) (1978)

O terceiro lugar é outra falange do espaço. De um homem só. Brian Bennett teve sua gênese artística comandando as baquetas no The Shadows, mas foi em voo solo que sua carreira se manteve em órbita.

Suas credenciais envolvem desde trilhas para programas de TV à condução de orquestras; já no âmbito discográfico, sua maior e melhor viagem data de 1978, quando se lançou, como um propulsor o Voyage (A Journey Into Discoid Funk), um artefato em seis compartimentos divididos entre disco, funk, progressivo, eletrônico e space rock.

Você precisa ouvir “Voyage…” por ser uma jornada sem volta e mais um passo a descoberta de outras missões sônicas no espaço-tempo, embora nomes como Moroder e Automat sejam os primeiros a aparecer no campo de visão (ou de som) do radar ao apertar o play.

Mais Brian Bennett: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-brian-bennett-%e2%80%8e-voyage-a-journey-into-discoid-funk-1978/

Spotify: https://open.spotify.com/album/2ufDZQoYEtGz3QVWZxLYBg

2 – How To Dress Well – The Anteroom (2018)

O dito Alternative R&B – uma variante indie do Rhythm and Blues – mal surgiu e já fomos agraciados com um registro fora deste pacote.

O cantor, compositor e artista visual norte-americano Tom Krell elevou seu projeto How To Dress Well  um patamar difícil de mensurar; inclusive, quem pôde conferir suas apresentações na edição número 9 do Balaclava Fest, em São Paulo, sabe bem a que este vos refere.

A antessala de Krell vaga pelo seu imaginário sonâmbulo movido por uma solidão cósmica onde o mesmo era eventualmente dissolvido, em referências experimentalistas que citam, no inconsciente, nomes como Coil, Björk, Justin Timberlake e Gas, gerando um dos álbuns pop mais intricados e originais desta última década. 

É simplesmente por isso que você precisa ouvir The Anteroom.

Mais How To Dress Well: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-how-to-dress-well-the-anteroom-2018/

Spotify: https://open.spotify.com/album/0hCuM8sgQPmlvgWVvVfiE1

1 – ABC Love e o Álbum do Prazer (2017)

Se o hedonismo pudesse ser traduzido em notas musicais, certamente o ABC Love seria a marca registrada. A medalha de ouro do nosso “Você Precisa Ouvir” vem da capital paulista, sempre fulgaz no que diz respeito a proliferação de bandas; mas este grupo foi além…

Comandado pelo figuraça Gevard Dulove, o grupo paulistano faz uma ode à carne com muita sensualidade, movida a um lo-fi de orientação psicodélica baseada em trilhas de filmes pornográficos dos pubianos anos 1970.

O tom espectral de Dulove só endossa a máxima ritualística do grupo, propiciando pouco mais de originalíssimos 36 minutos de deleites sônicos e de puro prazer. Não à toa, a estreia discográfica destes hedonistas tem o ‘prazer’ no título, e não é por acaso que você precisa ouvir ABC Love e o Álbum do Prazer.

Mais ABC Love: https://classofsounds.com/voce-precisa-ouvir-abc-love-e-o-album-do-prazer-2017/

Spotify: https://open.spotify.com/album/4asSbABIP5JruSF574nMto

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